Em uma iniciativa inédita no Brasil e em suas operações no mundo, a PepsiCo deu início neste mês a um amplo processo de rastreamento ambiental de seus produtores de batatas na América do Sul. Até o fim do ano que vem, a multinacional terá em mãos dados como a qualidade de solo, água e das florestas nativas das propriedades de cada um de seus 320 fornecedores na região. A ação faz parte da estratégia de sustentabilidade do grupo, iniciada dentro da empresa e que agora se estende à cadeia produtiva. Se tiver sucesso, a iniciativa será estendida a outras culturas (como aveia, trigo, água de coco e palma) e servirá de modelo para as subsidiárias da PepsiCo.
A empresa contratou uma empresa brasileira de rastreabilidade para fazer o diagnóstico dos produtores. A diferença é que o mapeamento irá além dos tradicionais questionamentos sobre volume de aplicação de defensivos e produtividade no campo. Tão ou mais importante é saber se os fornecedores seguem a legislação ambiental e trabalhista de seus respectivos países. Com faturamento mundial de US$ 60 bilhões em 2009 e uma fatia significativa do mercado de salgadinhos, a PepsiCo detém as marcas de batatinhas Ruffles e Namesa (Elma Chips) e Lucky. A empresa tem atualmente 320 fornecedores na América do Sul. No Brasil, onde estão as maiores lavouras, são 18 fornecedores, localizados sobretudo em Minas Gerais. Chile e Argentina respondem por mais 25 fornecedores e o restante está pulverizado nos países andinos, com agricultura de menor escala. Juntos, eles fornecem 230 mil toneladas de batatas por ano à companhia.
O projeto, que terá investimento de US$ 200 mil, já foi finalizado na Colômbia e no Peru, e até o fim do ano será concluído na Argentina, Venezuela, Chile e Equador. No Brasil, o trabalho será feito ao longo de 2011. A rastreabilidade não é compulsória, mas para obter a adesão total, os agrônomos da PepsiCo iniciaram visitas técnicas para esclarecer os produtores sobre os benefícios do projeto.
Fonte: Valor Econômico